Abelhas – Arquétipo de Unidade

Abelhas – Arquétipo de Unidade

20 de maio – Dia Mundial da Abelha

QUEM SÃO AS ABELHAS?

As abelhas, pertencentes à superfamília Apoidea (grupo Apiformes) dentro do Reino Animal, são um importante agente polinizador dentre os muitos que existem, sendo esta tarefa um serviço muito especial que elas prestam ao Reino Vegetal.

Podendo ser divididas em duas categorias, sociais e solitárias, são trabalhadoras incansáveis que, além de poderem expressar ao mundo um arquétipo de unidade, o fruto de seu trabalho nos brinda também o mel, a cera e o própolis, os quais têm papel importante na dieta e na saúde do ser humano. Estima-se que haja em torno de vinte mil espécies de abelhas presentes em todo o planeta hoje em dia.

 

 

ABELHAS E O ARQUÉTIPO DA UNIDADE

Em sua atuação comunitária, as abelhas atraem para o planeta o arquétipo ideal de unidade, pela forma como interatuam entre si e desenvolvem todas as atividades necessárias à sua sobrevivência.

Elas têm um ritmo exato em suas atividades, em que cada abelha compreende seu papel para o funcionamento da colmeia e o desempenha com perfeição, compreendendo que também de si e de sua interação com o todo depende o funcionamento do sistema inteiro.

Frei Andrés de Jesús, responsável pelo cuidado ao Reino Animal na Comunidade-Luz Fraternidade de Aurora, comenta sobre seu sentimento de que “o mais relevante que elas podem nos ensinar é esse sentido de colmeia, que nos leva realmente a viver em uma unidade”. E complementa: “Quando uma colmeia se translada, ela vai toda junta, é sua única forma de sobreviver”.

E o que elas têm a oferecer, acrescenta Sandro, morador da Comunidade-Luz que atua no grupo do apiário, não é só o mel, a cera ou o pólen; segundo ele, “elas oferecem esse senso de comunidade, porque têm uma capacidade de organização muito grande”.

 

 

ABELHAS E O REINO VEGETAL

As abelhas, no entanto, não têm suas funções e seu ritmo voltados unicamente para a vida da colmeia.

Por natureza, sua interação com as flores permite que, como outros agentes polinizadores, elas se tornem distribuidoras do pólen entre todas as plantas de onde retiram o néctar para sua alimentação, tornando-se imprescindíveis para a reprodução de diversos tipos de plantas no planeta e para sua diversidade genética, visto que o pólen pode, dessa forma, ser transportado para diversos indivíduos da mesma espécie de plantas.

Irmã Cristina de Jesús, monja da Ordem Graça Misericórdia e membro do grupo que trabalha semanalmente nos apiários da Comunidade-Luz Fraternidade de Aurora, aprofunda a reflexão:

Tudo o que elas fazem está em função não só da colmeia, mas de todo o planeta. Da mesma forma que um indivíduo não vive para si mesmo dentro da colmeia, também uma colmeia não vive para si mesma: ela vive para fazer todo o seu trabalho com as flores, com o Reino Vegetal. É como se a colmeia tivesse essa consciência de que, se ela falta, o todo se verá afetado.”

 

 

APIÁRIOS NA COMUNIDADE-LUZ FRATERNIDADE DE AURORA

Na Comunidade-Luz Fraternidade de Aurora há três apiários atualmente, nas áreas de R1, R2 e R4, os quais foram sendo construídos à medida que enxames de abelhas se aproximaram da Comunidade espontaneamente, ocupando os espaços mais diversos, como caixas de eletricidade, paredes ocas e alguns espaços internos em algumas das construções.

Um grupo de membros da Comunidade-Luz passou a dedicar-se ao trabalho com elas a partir de então, adquirindo o material necessário ao longo do tempo para que os apiários pudessem se desenvolver de acordo com a necessidade das abelhas que iam surgindo.

A Comunidade-Luz tem o propósito de oferecer a essas abelhas um ambiente saudável, onde elas possam se expressar naturalmente, com o mínimo de intervenção possível, apenas recebendo todo o suporte necessário para que sua tarefa e seu arquétipo se realizem.

Sandro explica da seguinte forma: “aqui temos a aspiração de viver uma relação diferente com os Reinos, com as abelhas e com o meio ambiente. Sabemos que o meio ambiente é muito degradado, muito explorado, e aqui buscamos desenvolver esse relacionamento de uma outra forma”.

 

 

ABELHAS SOCIAIS E SOLITÁRIAS

As sociais são aquelas que vivem em ambientes altamente organizados e que podem chegar a ter oitenta mil indivíduos, o que conhecemos como colmeias.

Dentro delas sempre existe a presença da rainha, ou a “abelha-mãe”, cuja função, dentre muitas outras, é a reprodução de novos membros da colmeia. Há também as abelhas operárias, com funções internas voltadas às novas crias, como alimentação, limpeza dos espaços e construção de novas células, assim como funções externas, como a defesa da colônia e a coleta de pólen, néctar e outros insumos. Estas últimas são conhecidas como operárias “forrageiras” ou “campeiras”. Por último, há a presença do zangão, cuja única função é fecundar a abelha rainha para que a colônia possa prosseguir.

Em oposição à vida de uma abelha dentro de colmeias, existem as abelhas solitárias, e é interessante observar que a porcentagem de espécies de abelhas sociais, mesmo que não pareça, é muito menor do que a de abelhas solitárias (estima-se que 80% de todas as espécies de abelhas do planeta seja de abelhas solitárias).

A abelha solitária realiza sozinha todo o processo de criação e manutenção de um ninho, colocando ovos que, no momento em que as novas abelhas nasçam, podem ser acompanhados por essa abelha solitária ou não, pois muitas vezes ela morre antes que eles eclodam.

 

 

SERVIÇO AOS REINOS

Como insetos que carregam o princípio da Unidade, cujo labor beneficia não apenas sua própria espécie, mas também os Reinos Vegetal e Humano, podemos compreender as abelhas como um dos maiores exemplos de vida comunitária e serviço que o planeta pode oferecer.